Caixa libera novamente mais de um financiamento por CPF e aquece o mercado imobiliário em 2025
A Caixa Econômica Federal voltou a permitir mais de um financiamento imobiliário por CPF, retomando uma condição que amplia o acesso ao crédito e reacende o interesse de investidores e famílias que desejam comprar um segundo imóvel. Em paralelo, o banco também reforçou sua atuação no crédito habitacional com novas regras que aumentam o teto do SFH e elevam a cota máxima financiável, o que cria um ambiente especialmente favorável para o mercado imobiliário em 2025.
12/8/20254 min read


O que mudou nas regras da Caixa
Até pouco tempo atrás, a Caixa vinha limitando a concessão de novos financiamentos para clientes que já possuíam um contrato ativo, chegando a adotar uma política de apenas um financiamento por CPF ou grupo familiar a partir de 2022. Essa restrição travou muitos projetos de troca, ampliação de patrimônio e aquisição de imóveis para renda, especialmente entre a classe média.
Com a mudança recente, volta a ser possível ter dois financiamentos imobiliários ativos ao mesmo tempo no nome do mesmo cliente na Caixa, desde que o perfil de crédito e a capacidade de pagamento sejam aprovados. Em linhas gerais, a regra passa a se alinhar ao padrão anterior: quem já tem um financiamento em andamento pode contratar outro, observadas as políticas internas do banco e algumas limitações específicas de programas subsidiados.
Limitações: FGTS e Minha Casa, Minha Vida
Apesar da flexibilização, a nova fase não é um “liberou geral” e traz pontos de atenção importantes para correntistas, corretores e incorporadoras. A principal restrição é que, para o segundo financiamento, o cliente não pode usar o FGTS nem se enquadrar no programa Minha Casa, Minha Vida, justamente para preservar o caráter social desses recursos e evitar distorções.
Na prática, isso significa que o segundo imóvel tende a se concentrar em faixas de renda um pouco mais altas ou em perfis de investidor, que conseguem montar a entrada sem depender do FGTS e arcar com prestações um pouco mais elevadas. Ainda assim, o movimento abre espaço para famílias que desejam, por exemplo, manter o primeiro imóvel como fonte de renda de aluguel e financiar uma nova moradia própria.
Novas condições de crédito que favorecem o mercado
A retomada da possibilidade de mais de um financiamento por CPF acontece em um contexto de redesenho mais amplo do crédito imobiliário no país. Em 2025, o Conselho Monetário Nacional e o governo federal aprovaram mudanças relevantes no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), elevando o valor máximo do imóvel enquadrado nessa modalidade de 1,5 milhão de reais para 2,25 milhões de reais.
Ao mesmo tempo, a Caixa voltou a financiar até 80% do valor do imóvel em diversas operações, retomando um limite de cota que havia sido reduzido nos últimos anos por questões orçamentárias. O pacote de medidas, que inclui ainda a liberação de mais recursos da poupança para o crédito imobiliário, deve injetar bilhões de reais no setor e viabilizar dezenas de milhares de novas unidades financiadas até 2026.
Impactos para compradores e investidores
Para o comprador final, sobretudo da classe média, a combinação das novas regras traz uma janela rara: é possível financiar um imóvel mais caro dentro do SFH, com juros geralmente menores e possibilidade de uso do FGTS na primeira compra, e ainda planejar um segundo financiamento em condições de mercado tradicionais. Isso facilita estratégias como comprar um imóvel maior para moradia e manter o primeiro como complemento de renda, ou adquirir uma unidade em região turística para aluguel de temporada.
Para o investidor, a volta do segundo financiamento na Caixa soma-se à cota de 80% para potencializar alavancagem, permitindo montar portfólios de imóveis com menos capital próprio imobilizado. A exigência de maior entrada no segundo contrato, devido à impossibilidade de uso do FGTS, tende a filtrar perfis mais preparados financeiramente, o que também contribui para reduzir risco de inadimplência sistêmica.
Oportunidades para o mercado imobiliário
Do ponto de vista de construtoras, incorporadoras e imobiliárias, a medida reabre um público que havia sido praticamente excluído das operações com a Caixa: o cliente que já tinha um financiamento e estava “engessado” para novos negócios. Esse grupo inclui tanto famílias em processo de ascensão patrimonial quanto investidores que atuam de forma recorrente na compra e venda de imóveis.
Com mais crédito circulando, a tendência é de aumento no volume de lançamentos, redução do estoque e maior giro nas carteiras de imóveis novos e usados, especialmente em grandes centros urbanos. Regiões com vocação para locação estudantil ou corporativa também devem sentir o impacto positivo, já que o segundo financiamento é frequentemente associado a imóveis destinados à renda.
Pontos de atenção e recomendações
Apesar do cenário favorável, especialistas reforçam que a decisão de contratar um segundo financiamento exige planejamento detalhado do orçamento familiar e análise cuidadosa de prazo, taxa de juros e indexador. Ter duas prestações longas compromete uma parte relevante da renda, e oscilações na carreira, na taxa de juros ou na vacância de imóveis de aluguel podem afetar a capacidade de pagamento ao longo dos anos.
Corretores e gestores de crédito precisam atualizar seus discursos e materiais comerciais, explicando com clareza a diferença entre o primeiro e o segundo financiamento, o papel do FGTS, as faixas do Minha Casa, Minha Vida e as oportunidades abertas pelos novos tetos do SFH. Para blogs e portais especializados, trata-se de um tema com forte demanda de orientação, que une informação técnica, análise de cenário e conteúdo educacional sobre planejamento financeiro imobiliário.
